Você já parou para pensar quantos itens você tem em casa? Imagine fotografar absolutamente tudo o que você possui. Cada objeto, desde suas roupas até os brinquedos de seus filhos.

Barbara Iweins fotografou 12.795 itens em 4 anos. 

Ela embarcou nessa jornada incrível há seis anos e, após quatro anos de trabalho e um total de 12.795 fotos, seu projeto estava finalmente completo. Hoje, seu trabalho está em exibição no festival de fotografia Cortona on the Move, na Toscana.

COMO UM BENEFÍCIO INESPERADO DE SEU TRABALHO, AGORA PUBLICADO COMO UM LIVRO INTITULADO “KATALOG”. O PROJETO DEU ESTRUTURA AOS SEUS PENSAMENTOS, OFERECENDO CONSOLO EM MEIO AO CAOS DA VIDA. ELA REFLETE SOBRE COMO ESTE PROJETO NÃO FOI APENAS SOBRE O CONSUMO EXCESSIVO, MAS TAMBÉM SOBRE A AUTODESCOBERTA.

O que a inspirou?

Para Barbara, a inspiração surgiu após um divórcio e ter que se mudar de casa pela décima primeira vez. Ela estava exausta de ter que empacotar e desempacotar todas as suas coisas repetidamente. Então, ela decidiu fazer algo radical. Ela queria ver tudo o que possuía de uma só vez – uma espécie de inventário visual de sua vida.

Barbara começou fotografando sua casa, cômodo por cômodo, gaveta por gaveta. Ela até colocava Post-its nas gavetas para ter certeza de não fotografar o mesmo item duas vezes. O resultado? Uma incrível coleção de fotografias que capturam o comum e o pessoal, o substituível e o íntimo. Desde alfinetes de segurança até rolos de papel higiênico, tudo fez parte do registro.

Ela também fotografou as marcas do dia a dia – nomes que todos nós reconhecemos. Entre tantos objetos domésticos, há itens com significados pessoais profundos, como um brinquedo Goldorak que ela adorava quando criança, e objetos geralmente mantidos escondidos na gaveta da cabeceira – lubrificantes, preservativos e antidepressivos.

Consumismo x minimalisto

Ao ver todas essas imagens, pode ser fácil pensar em consumismo desenfreado, mas Barbara não se considera uma grande compradora. Ela é como muitos de nós, com sua parcela de desordem e um interesse por roupas vintage. Ela sempre quis ter um estilo de vida mais minimalista, então essa foi sua chance de se conhecer melhor.

Ela se deparou com alguns desafios no processo, como resistir à tentação de não fotografar certos itens pessoais. 

A TRANSPARÊNCIA REVELADORA DE SEU PROJETO A FEZ PERCEBER QUE A MAIORIA DOS OBJETOS QUE POSSUÍA NÃO ERA REALMENTE IMPORTANTE. APENAS 1% DE TUDO O QUE ELA FOTOGRAFOU TINHA VALOR REAL. O RESTO PODERIA SER DISPENSADO.

Agora, depois de concluir seu projeto monumental, Barbara sente que não precisa de tanto quanto pensava. Suas compras diminuíram, especialmente quando se trata de roupas. Ela redescobriu peças que não usava há anos e percebeu que podia viver com menos.

E o objeto mais precioso em sua coleção? Uma dália delicada e intocada, preservada em um frasco de formol. Ela a viu em uma loja em Amsterdam, e seu primo a comprou para ela. É um lembrete de permanência em um mundo cheio de mudanças.